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Apresentação

       Muitos foram os momentos descritos pela historiografia em que grandes impérios submeteram povos conquistados, não só pela violência, como pela imposição de hábitos e, principalmente, de uma língua oficial. Lembremos, por exemplo, o Império Romano. O uso do latim, principalmente, o sermo vulgaris somado `as línguas desses mesmos povos – o que representou resistência ao uso da língua do conquistador - , deu origem aos idiomas que falamos hoje, o Italiano, Frances, Espanhol, Português, etc. Isto foi possível porque o processo foi longo. Felizmente ainda identificamos unidade lingüística com resistência. 
      Na Baixa Idade Media, quando da formação das Monarquias Nacionais, houve um movimento semelhante, porém , mais rápido. Portugal e Espanha, as primeiras monarquias nacionais, impuseram em seus territórios um único falar, uma única forma de auferir pesos e medidas e uma só moeda. Ocorreram algumas resistências, mas o projeto da Monarquia Nacional foi vitorioso. No Português não é possível a identificação clara, mas no Espanhol, o que prevaleceu foi a língua e o costume de Castela, para todo o território, por isto na Espanha se fala o Castelhano e não o Espanhol. Outras línguas e costumes foram “sufocados” pela imposição de , mais uma vez, um único falar.
       No século XIX , quando da organização dos Estados Nacionais Capitalistas, a necessidade do desenvolvimento de uma capitalismo nacional, fez com que aquelas nuances que haviam sido desenvolvidas ao longo do tempo, e que representavam resistências, fossem derrubadas, em nome de uma unidade. A unidade do Capital Nacional. Criaram-se brasões – que foram buscados na história – bandeiras , hinos e uma série de símbolos que a população de regiões extensas, que não falavam a mesma língua, tiveram que identificar como suas – aqui podem ser claros os exemplos da Unificação de Itália e Alemanha. A existência de um projeto que identificava desenvolvimento do modelo capitalista nacional com apoio de um exército, tornou-se padrão para todas as nações do século XIX e XX que seguiram este caminho.
      Hoje, século XXI, quando, diante de nossos olhos, aquele projeto da classe burguesa não faz mais sentido – não há mais possibilidade de se pensar num capitalismo nacional - vemos que os Estados, vagarosamente, vão perdendo sua função anterior. Hoje, quando se percebe a construção de um Estado Planetário, onde o capital não teria mais barreiras, mais uma vez estamos diante de um processo, semelhante `aqueles descritos. A grande questão, no entanto, é que a forma com que se constrói este Estado Planetário, passa , necessariamente, pela destruição das identidades, desenvolvidas durante séculos e como sabemos, sempre como forma de resistência, ou seja, nossa língua e nossos costumes. 
      Ocorre que com os sistemas de informação – e não de formação, nem de conhecimento – a comunicação é volátil e a velocidade da tecnologia não nos dá espaço para reflexão. As tecnologias, hoje, nos ganham pela sua capacidade de nos encantar. Neste sentido, nossos hábitos e costumes, nossa língua e nossas formas de ver o mundo, são negadas, como coisas do passado. Esta é a maneira mais eficaz de permitir, aquilo que alguns autores chamam de “servidão voluntária”, ou como diz Zygmund Baumam, o desconhecimento do passado, ou do Interregno.
     Em nome deste raciocínio, propus o tema desta , tão tradicional Semana de História , Cultura, Memórias e Resistências. Este evento, um fórum de  debate, como já é esperado por todos, pretende abrir espaço para a discussão deste tema, que cada dia se torna mais premente. Afinal, como nos identificar? Nestes tempos liquidos, de amores liquidos , de valores liquidos, e de modernidades liquidas, onde estamos nós? Se tudo é descartável, como nós mesmos, o que sobra do que já fizemos? Jogaremos no lixo a História, como coisa ultrapassada?
     Resgatar a Cultura como as formas dos saberes humanos e a História como um de seus elementos, as Memórias, como a soma das lembranças que nos identificam e, as Resistências como formas de manutenção de nossa unidade – não unidade de Estado e sim de Nação - é o caminho que devemos perseguir. É na resistência que nos reconhecemos. É , ou deve ser, nestes momentos de reunião, que devemos reavaliar , principalmente, como historiadores - no dialogo interdisciplinar - o que não pode deixar de ser feito em nome do resgate de tudo que é humano e sensível.
     A proposta da XXXII Semana de História da UNESP-FCL/Assis, portanto, é abrir espaço para o debate e discussão desses temas na perspectiva descrita acima. O evento, pretende, deste modo, criar condições para uma integração profícua entre especialistas - não só da História como de outras ciências - e comunidade acadêmica discente da UNESP – graduandos e pós-graduandos - a partir da apresentação de trabalhos, mini-cursos , palestras e mesas redondas , sempre com os temas : Cultura, Memória e Resistência. Defendemos, neste encontro, a importância da prática da interdisciplinaridade na discussão, debate e transmissão do conhecimento histórico produzido por pesquisas de excelente nível. 

 

Organização

Eduardo José Afonso.

Informamos que aqueles que fizeram inscrição em algum minicurso e não conseguiram cumprir pela falta do(a) professor(a), entre em contato conosco para resolvermos tais questões. Faremos a devolução do dinheiro dessas inscrições.
 

 

Os trabalhos completos devem ser enviados para o email semanadehistoria.unesp2015@gmail.com até 10/12/2015.

 

 

Confira a Carta da 
Profa. Dra. Anna Maria Martinez Corrêa

 

***

Comissão da Verdade da Unesp.

Fragmentos do Relatório de 2014 relativos ao Campus de Assis.

 

 

Clique Aqui

COMUNICADO:

 

Solicitamos a todos aqueles que estiverem inscritos como apresentadores de trabalho que concretizem suas inscrições e depositem (identificado) o valor referente à sua participação na conta “UNESP Eventos” do Banco do Brasil, cujo numero encontra-se abaixo.  Solicitamos, igualmente, que nos enviem seus comprovantes por e-mail, para nosso endereço eletrônico - semanadehistoria.unesp2015@gmail.com – a fim de que seja possível relacionar todos aqueles que participarão do evento, com apresentação de trabalhos.

A solicitação se prende ao fato de que esta  arrecadação representa o inicio de valores recolhidos para  fazer frente aos primeiros gastos do evento.  O pagamento deve ser feito IMPRETERIVELMENTE, até o dia 10 de outubro, data limite. Aqueles que não o fizerem estarão fora da relação de alunos/professores apresentadores.                     

 

 

Banco do Brasil – 001

Agência   -  6570-6

Conta corrente :  130281-7

 

Certo de que contaremos com a compreensão de todos, agradeço,

 

Atenciosamente.

Prof. Dr. Eduardo José Afonso

Coordenador da XXXII Semana de História

 

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